terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Ódio - Florbela Espanca

Ódio por ele? Não... Se o amei tanto,
Se tanto bem lhe quis no meu passado,
Se o encontrei depois de o ter sonhado,
Se e vida assim roubei todo o encanto...

Que importa se mentiu?
E se hoje o pranto turva o meu triste olhar marmorizado,
Olhar de monja, trágico, gelado
Como um soturno e enorme Campo Santo!

Ah! Nunca mais ama-lo a ja bastante!
Queria senti-lo doutra, bem distante,
Como se fora meu, calma e serena!

Odio seria em mim saudade infinta,
Mágoa de o ter perdido, amor ainda.
ódio por ele? Nao... nao vale a pena.

Desapontamento

Desapontamento... sinto-o... muitas vezes .. bastantes alias, há quem diga que já o senti demasiadas.. eu não sei.. apenas sei que é algo que cresce.. algo que infelizmente floresce... sentir que afinal.. as pessoas não são quem nos pensamos... não são tão perfeitas como imaginamos.. e não são como as projectamos na nossa cabeça.. aí sim são perfeitas... aí.. ninguém tem defeitos.. aí.. perdoamos toda a gente... e voltamos a perdoar à medidamque as coisas más vão acontecendo.. voltamos a perdoar... pensando e jurando que será a ultima vez.. a ultima vez que passamos por burras quase... a ultima vez que expomos os nossos sentimentos daquela maneira... eu atingi um limite.. eu penso que o atingi... posso apenas ter atingido um falso limite... uma marca falsa de um limite... que cada vez que perdoo avança.. e voltar a avançar... como é possível?.. como é possível alguem expor-se desta maneira.. expor os seus sentimentos.. e sair magoada.. sair mal... sair maltratada... sair ferida... nao com feridas na pele.. mas bastante mais profundas... feridas que custam a passar.. feridas que custam a sarar.. feridas que deixam marca... uma cicatriz.. apenas a lembrança do que foi.. do que ja n é... do que aconteceu... do que passou... apenas isso resta ... apenas as memorias... cada vez que penso no que poderia ter acontecido.. penso.. que talvez nao desse... muito pouco provavel... talvez nao resultasse... improvavel... talvez resultasse... bstante mais provavel...talvez chorar nao foi a melhorar opcao.. talvez ajudar quem nos magoou nao tenha sido a melhor opcão.. boa moral talvez... mas verdadeiramente, nao... porque quem nos magoa 1 vez, magoa 2, quem diz duas diz 3... que diz três... quer dizer 4... só me pergunto como é q se pode abusar da generosidade de alguém? do amor de alguem? da amizade de alguem? como?... nao tenho as respostas... gostava... talvez com o tempo... talvez com o passar das experiencias... talvez... por enquanto nao sei.. por enquanto fico a pensar... como teria sido se tu fossses diferente?... se nao magoasses?.. se nao fizesses sofrer... ?.... e se eu fosse diferente?.. haveria diferença..?... desiludisteme muitas vezes... vezes demais... há quem me chame burra... há quem me chame corajosa... eu nao respondo.

Começar, mas como?


Não sei por onde é que hei-de começar… muita coisa me vem à cabeça, memórias que não quero esquecer, momentos que adorei. Sempre te amei. Sempre. És a pessoa mais importante para mim… e nunca deixei de saber o quanto eras importante. Separar-me foi talvez a decisão mais difícil que já tomei, e foi tomada de todas as maneiras, menos de animo leve… Eu gosto mesmo de ti, nunca duvidei, mas a verdade é que parece que não tem dado… Ambos somos culpados, cada um pelos seus erros… mas a verdade é que estou pior sem ti. Pensei durante muito tempo que iria ficar contigo para sempre, ultimamente esta ideia não se tem tornado realidade.
Quero-te ver feliz, e também quero ser feliz… Sei que contigo fui. Custa-me ver-te longe, custa-me muito mesmo… Não estou a dizer para voltarmos, estou a dizer-te o que sinto, tudo o que está no meu coração.

E se...

Se tudo na vida fosse tão simples como respirar… Se tudo fosse tão fácil como correr, como amar… Nunca pensei alguma vez conhecer alguém por quem fizesse, sentisse que faria qualquer coisa. Um sentimento inédito, mas com bastante sentido. Um sentimento tão verdadeiro que envergonha a respiração… Dou por mim a olhar para a televisão, em vez de prestar atenção aos anúncios sobre compras, vendas e tudo o que vier à cabeça, a pensar na única pessoa por quem isto faz todo o sentido. Com isto resta-me apenas mais uma pergunta… e Se amar fosse tão fácil como tudo na vida?

Em que pensar?

Não sei em que pensar… o que fazer, o que sentir. Perdida no mar, na rotina de uma vida urbana. Queria sentir paz como já senti, queria sentir amor, conseguir sorrir e pensar que estava tudo bem… não sei como é que caiu tudo, não sei mesmo… sinto-me triste, abatida, com um grande peso nos ombros, o coração a explodir… quero paz!